sábado, 8 de dezembro de 2012

O quebra-cabeça na fala da elite e os investimentos em portos


Se lembrarmos dos fatos e falas pretéritas das elites e sincornizarmos com o que eles vomitam atualmente, constataremos um quebra-cabeça de suas tramoias. Pois, vejamos:

"Queremos uma explosão de investimentos no que se refere à expansão e melhoria dos portos, com a parceria com setor privado" (Dilma Rousseff, 06/12, sobre o Programa de Investimento em Logística: Portos – Medida Provisória n.º 595, de 06/12/2012).

A exploração indireta das atividades portuárias se dará meditante concessão e arrendamento (art. 1º, §1º). Em Santarém (PA) isso já acontece. A Cargill já se instalou, com as bênçãos da Companhia Docas do Pará (CDP) e da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Pará (SEMA), mas planeja, desde sua concepção a ampliação de seu porto privativo de escoamento da soja.

“Outros R$ 2,6 bilhões serão investidos em acessos hidroviários, ferroviários e rodoviários e em pátios de regularização de tráfego nos 18 principais portos públicos brasileiros. O Ministério dos Transportes entrará com R$ 1 bilhão e o restante será executado por Estados e iniciativa privada”. (Agência Pará de Notícias, 06/12).

A rodovia BR-163 já está sendo concluída; a ferrovia (Cuiabá-Santarém) já está a caminho, e o grupo interressado é o China Railway Engineering Corporation (CREC); quanto às hidrovias, é bem certo que sejam feitas eclusas anexas ao monte de hidrelétricas que, infelizmente, serão construídas.
O movimento APROSOJA entra nesse pacote: é um grupo de empresários ligados à soja que se mobilizam para melhorar a logística de transporte da soja.


Toda essa mobilização em benefício desse grão, comprovado nas palavras de Helenilson Pontes:
“O porto de Santarém, segundo Pontes, após a conclusão da Rodovia Santarém-Cuiabá, vai receber a produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro”. (Agência Pará de Notícias, 06/12).
“Só o porto de Itaituba, que nem está no programa anunciado hoje, tem dez grandes empresas interessadas” (Helenilson Pontes, 06/12).

Ao que tudo indica, uma dessas empresas é a Cargill que articula a construção de outros porto na cidade de Miritituba (frente de Itaituba). Em Santarém, Eraí Maggi, do Grupo Bom Futuro, já sinalizou, outrora, o interesse de construir outro porto nesta cidade.

“Que venham os investidores, pois o Pará tem infraestrutura e, principalmente, governo. Um governo interessado em atrair cada vez mais investimentos, que serão aplicados no bem-estar de nossa população”. (Helenilson Pontes, 06/12)

Por fim, a elite dominadora se apresenta como boa gestora, interessada no bem da população. Todas as atitudes desses governos medíocres nunca foram, segundo os mesmos, para o malefício do povo. São anjos no poder... Mentem! Pois, seus interesses estão compactuados com a elite econômica.
Os citados investimentos nunca foram para benefício ou bem-estar da população, contudo, para a transferência do dinheiro público para as empresas privadas.
Esse quebra-cabeça é a prova de que seus interesses fazem parte da engrenagem do sistema capitalista.

Um comentário:

climaco cezar disse...

Com todo o respeito, esta ferrovia somente se viabilizará se for de Comodoro até Pucallpa no Peru (via todo o RO e todo o AC). Não há lógica e nem retorno socioeconômico em construir ferrovias apenas para grãos e madeiras, ainda mais em região com sérios problemas ambientais e indígenas. Também, continuar-se-ia nas mãos das tradings multinacionais – que só embarcam para Roterdamm - que sempre engoliram cerca de 40% dos resultados financeiros (custos, receitas e transportes) que são dos agricultores ou de suas cooperativas por direito. Por outro lado, o MT e o Centro-Oeste, ligado a Santarém e Belém, nada ganhariam, pois continuariam proibidos de ter o ambicionado acessos ao Pacifico, estes sim altamente lucrativo, vez que os portos do Peru, p. exe, são muito mais profundos e ficam em média 2.500 km mais perto de Hong Kong (passando pelo sul da Africa), do que os portos de Santos e Paranagua, estes rasos, caros, obsoletos, assoreáveis anualmente e quase sem acessos. Por isto, os governos brasileiro, peruano e boliviano lutam tanto para viabilizarem rapidamente a Ferrovia Transoceânica até os portos peruanos e chilenos. Naqueles países, os recursos para tal projeto, em especial pela Bolivia, já estão sendo viabilizados rapidamente e os projetos necessários já em andamento ou em conclusão (projetos pelos militares). Se os chineses, o povo e o Governo do MT quiserem desenvolver, real e seriamente, tal projeto de agregação de valor, de barateamento dos insumos e melhoria do escoamento, com futuro real e não-promocional, têm que ser em direção ao Acre e rápido (O governo do MS já está desenvolvendo um projeto sério em direção aos portos do Peru e Chile, via Bolivia, e por valor muito menor, pois já há um leito de uma antiga ferrovia e que chega a Puerto Soarez na divisa com Corumbá no MS, onde já se encontra a Ferrooeste. ). Não adianta os chineses virem como projetos inviáveis economica-ecologicamente, pois serão mais uma embromação internacional chinesa (há diversos no País como os casos Honbridge e Ferrous Resources em MG) e o GOVERNO DO MT TEM A OBRIGAÇÃO DE NÃO TAPEAR O POVO E DE FAZER ESTUDOS SÉRIOS COM UNIVERSIDADES MAIS CONSULTORIAS LOCAIS OU DO CENTRO-ESTE E NÃO COM UNIVERSIDADES DO SUL QUE NADA CONHECEM DAS REALIDADES LOCAIS. O POVO DO MT NÃO PODE MAIS SER ILUDIDO COM OBRAS FANTASMAS E SEM FUTURO CERTO,POIS OS DEMAIS ESTADOS ESTÃO AGINDO E MUITO RÁPIDO E DE FORMA BEM MAIS CORRETA. QUEM TEM QUE DETERMINAR ONDE QUER QUE OS CHINESES INVISTAM SEUS RECURSOS, PARA GANHAREM MUITO DINHEIRO JUNTOS, SÃO O POVO DO MT E NÃO DE SC. Prof. Cezar Climaco - AGROVISION Brasilia - ACERCA Vide: http://www.agrolink.com.br/downloads/AGROVISION_v1.pdf