domingo, 26 de junho de 2011

Ministra é esperada por três mil agricultores

Cerca de três mil pessoas deverão estar hoje, às 14h, na comunidade Canãa, a 60 quilômetros da cidade de Uruará, no oeste do Pará, aguardando a ministra da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e o comandante da Força Nacional de Segurança, major Alexandre Aragon.
O prefeito de Uruará, Eraldo Pimenta, que recebeu ontem a ministra Regina Miki em Altamira, juntamente com o prefeito de Placas, se diz preocupado com a possibilidade de conflito na região por causa da demarcação.
Em compensação, são mais de mil famílias que estão na área há mais de 43 anos e que convivem pacificamente com os índios da etnia Arara.





Cerca de três mil pessoas deverão estar hoje, às 14h, na comunidade Canãa, a 60 quilômetros da cidade de Uruará, no oeste do Pará, aguardando a ministra da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e o comandante da Força Nacional de Segurança, major Alexandre Aragon.

Os dois ficaram de chegar ontem à noite a Altamira. De lá, seguem, já na manhã de hoje, para Uruará, onde almoçam e rumam para a Vicinal 185 Sul (estrada Transiriri), onde estão acampados os agricultores ameaçados de expulsão, representantes de entidades de Uruará, Placas e Altamira, além de autoridades dos três municípios.

A vinda dos representantes do governo federal é para buscar uma solução negociada ao impasse criado a partir da ordem de demarcação da Terra Indígena Cachoeira Seca, dada pela presidente Dilma Roussef. O serviço de demarcação, feito pelos técnicos da Funai, começou no dia 14 último, com a chegada à comunidade Canaã da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal para cumprir a ordem

presidencial.

O acampamento, iniciado no sábado, reúne colonos residentes há décadas no local e que agora estão ameaçados de expulsão, lideranças comunitárias de Placas, Uruará e Altamira, além de representantes de entidades sociais e autoridades de Uruará, assim como moradores de outras 15 vicinais localizadas na parte sul da Transamazônica, cujos lotes ficarão dentro da Linha Vermelha (marco da reserva indígena), caso a demarcação seja feita conforme a ordem de Dilma.

Os acampados estão a 20 metros do alojamento da Funai e dos policiais, mas, durante a permanência, não houve registro de conflito. Segundo informou o radialista Cirineu Santos, o clima no acampamento ontem era de expectativa e ansiedade, com os colonos esperando uma solução pacífica. Ele acredita que a ministra trará um parecer pronto para ser apresentado aos acampados, uma vez que não adiantou nada aos representantes do município que estiveram com ela em Brasília na última quarta-feira.

Cirineu informou que cerca de trinta caminhões seguiram, ontem, para o local da reunião, levando colonos que moram em outras vicinais.



CONFLITO

O prefeito de Uruará, Eraldo Pimenta, que recebeu ontem a ministra Regina Miki em Altamira, juntamente com o prefeito de Placas, se diz preocupado com a possibilidade de conflito na região por causa da demarcação. De acordo com ele, os agricultores não aceitam sair de lá, pois o governo federal não definiu outro local onde alojar essas pessoas.

Ele afirmou que, desde 2005, por várias vezes procurou as prefeituras de Altamira e Placas, além da Funai, o Ministério Público e a Justiça Federal a fim de negociar a reivindicação da demarcação das terras para aquela reserva. Ele lembrou que o primeiro estudo antropológico apontou que havia 1.157 índios na área.

Hoje existem apenas 81 índios para ocupar um área de 734 mil hectares de terras. Em compensação, são mais de mil famílias que estão na área há mais de 43 anos e que convivem pacificamente com os índios da etnia Arara.

Os limites da Terra Indígena Cachoeira Seca atingem os municípios de Placas, Uruará e Altamira, passando por vicinais abertas na década de 70 pelo Incra, onde foram assentados centenas de pequenos agricultores.



Fonte: Diário do Pará

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