quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Complexo Tapajós - Comunidade Pimental

O Complexo Hidrelétrico do Tapajós do Programa de Aceleração do Crescimento já avança sobre comunidades na região do Médio e Alto Tapajós e Jamanxim.

A comunidade de Pimental, uma das mais antigas daquela região, foi tomada por técnicos da empresa “Rural Tecs” contratada pela Eletronorte. De repente e sem conversar com ninguém começaram a fincar marcos, fazer medições e entrar em território dos moradores daquela comunidade.

Indagados pelos moradores o que faziam ali e com autorização de quem, os trabalhadores da empresa responderam que estavam seguindo ordens do presidente. Indignados, todos teriam procurado o presidente da comunidade que surpreso, declarou também nada saber. A cada momento a indignação ia tomando conta de todos. Foi então que explicaram que as ordens seriam do Presidente da República que decidira que ali seria construída uma grande hidrelétrica.

A comunidade saiu da indignação para a revolta. Quebraram marcos e equipamentos da empresa e determinaram a saída dos trabalhadores da comunidade.

Estes registraram Boletins de Ocorrência em Itaituba. Criou-se na região o clima de criminalização dos comunitários que lutam pelo seu território. A mídia local e setores pró-hidrelétricas também auxiliam nesse processo.

A denúncia do caso, campanhas de solidariedade e de organização popular se mostram necessárias neste momento.

Segue abraço uma nota de repúdio de movimentos da região:


NOTA DE REPÚDIO

Itaituba, 20 de outubro de 2010

Em solidariedade aos ribeirinhos da comunidade de Pimental

Nós, dos movimentos sociais, pastorais sociais, movimentos populares e todos aqueles que lutam em defesa da vida e dos direitos humanos, expressamos nossa indignação pelo fato ocorrido no ultimo dia 12 de outubro de 2010 na comunidade de Pimental, o desrespeito com que as empresas Eletronorte e Ruraltecs invadem a propriedade das pessoas, entram sem permissão e fazem suas demarcações sem se quer comunicar o povo, porém isso resultou em protesto dos moradores, cansados de serem repudiados pelas empresas, quebraram o marco de concreto instalado pela Eletronorte já algum tempo.

Denunciamos a forma como foram taxados pela imprensa e pelo vereador Luiz Fernando Sadec dos Santos o popular “Peninha”que se diz representante do povo e julga seu povo de vândalos, da mesma forma fez o repórter Queiroz Filho da TV tapajoara que usou da sua ignorância para tratar como vândalos pais de famílias, trabalhadores que ralam dia e noite para o sustento de seus filhos, homens e mulheres que lutam por melhores condições de vida no meio em que vivem, essas famílias foram criminalizadas e desrespeitadas. Até que ponto isso vai chegar? Basta de violência, de criminalização. Onde estão nossos direitos?

O povo precisa saber em que pé está o projeto do Complexo hidrelétrico no tapajós e o que essas empresas querem? Não admitiremos que o governo federal e as grandes empresas privadas passem por cima de nossos direitos tratando-nos como criminosos e invadindo nossas terras para acabar com a nossa fonte de vida o RIO TAPAJÓS. Lutaremos e vamos continuar resistindo em defesa da vida e dos povos do rio tapajós.

Somos homens e mulheres que lutam em defesa de uma vida digna.

"Água e energia não são mercadorias!
Água e energia são pra soberania!
“Águas para vida não para Morte”


-Comissão de justiça e Paz dos Direitos Humanos de Itaituba
-Movimento Tapajós vivo
-CPT- Comissão Pastoral da Terra
-MAB- Movimento dos Atingidos por Barragens
-Pastoral da Juventude
-Comunidade do Pimental
- STTR de Itaituba
- MMCC- Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade

3 comentários:

Cândido Cunha disse...

Amigo,
Troca a expressão "Segue abraço uma nota de repúdio de movimentos da região:" por "Segue abaixo..."

foi um "lápís" meu...rsrsrs

Anônimo disse...

Existe um grupo de advogados que disfarcando-se de movimento popular tem faturado valores de ordem milionaria nas costas dos moradores atingidos por barragens.
Por nao dispor de defensoria publica os moradores ficam a merce destes aproveitadores. Este grupo de advogados, disfarcado de movimento popular iniciam suas atividades fazendo terrorismo com os moradores, o segundo passo consiste em promover o vandalismo e atividades que comprometam a idoneidade juridica dos moradores engajados, fazendo com que estes fiquem desde o inicio dependentes de uma cobertura juridica oferecida pelo tal "movimento". O terceiro passo consiste em obter as assinaturas para representacao judicial nos processos indenizatorios dizendo que a defesa sera "de graca", todavia ao final da acao embolsam entorno de 20% de cada processo indenizatorio. ESte grupo esta sendo investigado pois usa a boa feh dos moradores atingidos por estes empreendimentos para lucrar alto. Este grupo de advogados lucra alto e utiliza metodos agressivos para tornar os moradores dependentes de um movimento e do seu cunjunto juridico que de popular so tem o nome. defensoria publica jah para os moradores atingidos por barragens, pois somente assim acabaremos com esta carneficina juridica.

Jarbas disse...

DEFENSORIA PÚBLICA JÁ !