segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ficha limpa, nem tanto.

Não dá mesmo para se confiar na maioria dos políticos brasileiros. Quando será que haverá seriedade no trato com a nossa sofrida democracia? Mais um ato de tapeação foi aplicado na sociedade civil, no caso da lei de moralização da política nacional, a lei da ficha limpa.
Toda a votação foi concluída, a Câmara Federal até que respeitou quase tudo o que o abaixo assinado, com mais de um milhão e quinhentos mil eleitores apresentou ao Congresso.  Mas quando chegou ao Senado, de onde se esperava mais seriedade, veio a armadilha. Já nos finalmente da aprovação, alguém, provavelmente, um senador ficha suja, trocou duas palavrinhas, que muda basicamente a intenção da lei.
O malandro Senador incluiu a frase “que forem condenados” em lugar da outra “tenham sido condenados”, como estava no texto já aprovado na Câmara dos Deputados. Onde está a desonestidade dessa mudança? É que, com a frase anterior “que tinham sido condenados”, a lei iria atingir vários políticos que hoje têm mandato e estão já condenados por um juiz ou grupo de juizes, mas que por causa do privilégio da imunidade vinham recorrendo e recorrendo a outro tribunal.
Com a mudança da frase: “que forem condenados”, ai os atuais fichas sujas podem todos deixar de serem punidos. Tudo agora vai depender do julgamento do Supremo Tribunal Federal, que não tem sido tão isento como devia. Basta lembrar o julgamento da homologação das terras Raposa Serra do Sol, em Roraima, que aprovaram, porém com 18 condicionantes que mudou a lei. Só os futuros políticos que sujarem sua folha corrida e vierem a ser condenados é que serão afastados da vida pública.
Isto é, todo o esforço da sociedade civil, a opinião de milhões de eleitores que votaram no abaixo assinado e por internet, não moralizou 100% o atual Congresso Nacional. Só há uma forma agora de moralização, os e as eleitoras tomarem consciência de quais   são os políticos ficha suja; e em nome da moralidade pública nunca mais votarem neles e nelas. Em outubro haverá eleições e será um teste para os e as eleitoras que querem moralizar a política nacional.

Pe. Edilberto Sena
21/02/2010

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